“Sábado Temático” vive a oficina de compostagem
no ciclo da vida
Há poucas semanas atrás todo o Brasil se indignou com os containeres abarrotados de resíduos sólidos, alguns de alta periculosidade por se tratar de resíduo hospitalar, vindo de forma ilegal, antiética e criminosa da Inglaterra. Fato similar ocorre aqui na área metropolitana de Porto alegre, com cunho legal passando despercebido pela maioria das pessoas. Como você pensaria e reagiria se fosse um morador do município de Minas do Leão, uma cidade jovem, criada há apenas 19 anos e situado a 113 km de Porto Alegre, se soubesse que para lá vai o lixo de Porto alegre, após passar pela Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro (bairro de Porto Alegre), sendo depositado no aterro sanitário denominado Central de Resíduos Recreio? Pois é isto que acontece todos os dias!
Diariamente, chega uma média 100 toneladas de resíduos domiciliares na Lomba do Pinheiro, onde a parte orgânica é separada pela Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) e colocadas em montes que após cem dias se transformam em uma terra preta, o húmus ou adubo natural. Em 2008, a referida UTC comercializou 1.419 m³ cúbicos de composto e doou para hortas comunitárias 236 m³.
Os resíduos sólidos se classificam quanto a sua origem em domiciliar, comercial, hospitalar, industrial, etc.
Conforme o divulgado no site do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre, em fevereiro deste ano (2009), só de lixo domiciliar coletou-se 20.992 toneladas! Como se pode ver o problema é muito sério e a solução ou mitigação passa pela consciência e sentimento ético de cada um de nós. Na utilização do consumo responsável, na minimização da produção de resíduos e porque não, na transformação do nosso resíduo orgânico em composto fomentados por nós e elaborados pelos nossos amigos e colaboradores os microorganismos e as minhocas? Assim agindo, em nossos lares, os dos resíduos encaminhados para as UTCs se reduziriam a cerca de um terço volume atual.
Parece brincadeira, mas é sério. As minhocas se alimentam dos resíduos orgânicos e seus dejetos metabólicos servem como fonte de nutrientes para as nossas plantas, hortas e jardim, fechando assim o ciclo. Se nós produzimos, não precisamos comprar húmus além de ter o prazer de contribuir com os processos naturais de reciclagem através do vermicomposto.
Contudo devemos ter alguns cuidados na seleção dos materiais a serem usados como: não utilizar em casa ou apartamento o de lixo de banheiro, por questões sanitárias; não utilizar resíduos de produtos animais (são de mais difícil compostagem e pode produzir odores desagradáveis e atrair animais e insetos); não usar produtos cozidos que contenham sal ou condimentos fortes; já os restos de cascas, sementes, grãos, frutas e verduras, podem facilmente ser destinados à alimentação de nossas minhocas. Dessa forma teremos mais alguns, “mascotes”, em casa além dos nossos gatos, cachorros, aves, abelhas nativas…, as minhocas.
Sobre estas e outras questões se realizou no último sábado, dia 15, a oficina de compostagem na CasaNAT, no “Sábado Temático”, com a participação dos Amigos da Terra Brasil e Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (Fig.1). Crianças, jovens e adultos tiveram a oportunidade de desmistificar a “dificuldade” de colaborar um pouco mais com a natureza, fazer a sua parte, tentar completar o ciclo natural da vida. Interessados em tomar coragem e adotar estes seres tão maravilhosos, as minhocas e aderir à compostagem. Maiores informações contatar: natbrasil@natbrasil.org.br ou ecoagencia@ecoagencia.org.br.
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