COMUNICADO DE PRENSA – Amigos da Terra Internacional

 

Cancun,Mexico, 8 de dezembro de 2010

SEGUNDA SEMANA DE NEGOCIAÇÕES EM CANCUN: ANÁLISE DE AMIGOS DA TERRA INTERNACIONAL

CANCUN, MÉXICO, –O maior desafio para a segunda semana de negociações do clima da ONU em Cancun, é manter vigente o Protocolo de Quioto como o mecanismo que estabelece metas de redução de emissões totais para os países desenvolvidos, baseadas na ciência e na equidade – estabelecidas sem mercados nem compensações – e evitar que seja deixado de lado pelos países desenvolvidos, para dar seguimento ao paradigma de redução de emissões voluntárias com base em promessas. Amigos da Terra Internacional exige um processo aberto e transparente em Cancun, sem ‘reuniões em salas verdes’, para lograr esta meta.

A semana passada, os países ricos tentaram preparar o terreno para uma possível dissolução do Protocolo de Quioto. Querem operacionalizar aspectos fundamentais do Acordo de Copenhague que conta com o apoio dos Estados Unidos, especialmente mediante a ‘inclusão’ das débeis promessas de mitigação do acordo na Ação Cooperativa em Longo Prazo (LCA), evitando o processo do Protocolo de Quioto para o estabelecimento de metas totais de redução de emissões para os países desenvolvidos, legalmente vinculantes e baseados na ciência. Assim mesmo, o aumento dos mercados de carbono está aparecendo em muitas partes dos textos de negociação.

O novo texto de negociação publicado este final de semana sobre o Protocolo de Quioto não inclui metas totais de redução para os países desenvolvidos, e foram agregadas importantes exceções no Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Reflorestamento (LULUCF). Amigos da Terra Internacional demanda às partes da convenção que comecem a trabalhar para estabelecer as metas, sem vazios legais. No novo texto, da outra via de negociação, na LCA, foram eliminadas propostas importantes dos países em desenvolvimento, incluindo referências a redução do aumento da temperatura aos limites mais seguros.

Manuel Graf de Amigos da Terra Alemanha, disse: “Ainda estamos em tempo de evitar a mudança climática catastrófica. Entretanto, os países ricos, que são responsáveis pelo problema, devem deixar de bloquear as políticas fortes e justas necessitamos. Devemos estabelecer uma meta total em virtude do Protocolo de Quioto, pela qual os países ricos reduzam suas emissões em pelo menos 40%, sem mercados de carbono, compensação e nem vazios”.

Kate Horner de Amigos da Terra Estados Unidos disse: “Estados Unidos deve deixar de tentar forçar aos outros países a que aceitem o sistema baseado em promessas, no qual a redução de emissões pode estabelecer-se sem levar em conta a ciência nem a justiça. Temos visto onde nos leva isto – a cinco graus Celsius de aquecimento [1].  Isso é inaceitável”.

Lucia Ortiz de Amigos da Terra Brasil disse: “As chamadas ‘salas verdes’, nas que os negociadores e ministros em Cancun são convidados de forma seletiva a fazer seus aportes aos textos de negociação, não brindam a transparência necessária neste processo complexo e vital para salvar o mundo de uma morte lenta por causa da mudança climática. A pressão dos países em desenvolvimento na semana passada, para mudar este processo por um mais transparente foi muito importante e gostaríamos de ver se o mesmo sucede esta semana”.

MAIS INFORMAÇÕES:
-Lucia Ortiz, + 52 (1) 998 205 89 25, lucia@natbrasil.org
-Manuel Graf, +52 (1) 998 108 03 64, manuel.graf@bund.net
-Meena Raman, +52 (1) 9982036601, meenaco@pd.jaring.my
-Kate Horner, +52 (1) 998 137 31 KHorner@foe.org
[1] Segundo a pesquisa publicada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 23 de novembro.

Contato de imprensa de Amigos da Terra Internacional en Cancun:
media@foei.org

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