Relatório de insustentabilidade da Vale

A Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale lançou no dia 18 de abril o Relatório de Insustentabilidade da Vale 2012. Trata-se de um documento inédito no Brasil, também conhecido como relatório sombra, que se utiliza da mesma estrutura do Relatório de Sustentabilidade da mineradora para contrapor, ponto a ponto, os eixos abordados pela empresa. Veja aqui o relatório completo.

O objetivo do documento-sombra é mostrar que a realidade dos trabalhadores e das comunidades atingidas, além dos impactos ao meio ambiente, é bem diferente da divulgada pela companhia em seus relatórios e campanhas publicitárias.

Entre os pontos de destaque, o Relatório de Insustentabilidade da Vale apresenta números sobre mortes em acidentes de trabalho, emissões de poluentes e danos ambientais em volume de área, redução dos investimentos em saúde do trabalhador e não cumprimento de normas legais, problemas causados pela emissão de resíduos, entre outros. 
Os monitoramentos aconteceram nos vários estados brasileiros onde a Vale atua, além de países como Canadá e Moçambique.

No contexto da preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, cujo objetivo é o da renovação do compromisso político com o “desenvolvimento sustentável” e a “economia verde”, um balanço que se contrapõe ao institucional de uma empresa de grandes impactos é especialmente significativo. 
A Vale é signatária de princípios internacionais de responsabilidade social e ambiental, como o Pacto Global da ONU, o Conselho Internacional de Mineração e Minerais e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, o que pouco se reflete na sua atuação, colocando em cheque as intenções acerca de grandes acordos de sustentabilidade empresarial na Rio+20.

Public Eye
Em 2012, a Vale venceu o premio internacional Public Eye Peoples Award, conhecido como o Nobel da vergonha corporativa mundial e concedido a empresas com graves passivos sociais e ambientais por voto popular. O premio foi anunciado no final de janeiro durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos, mas sua prática de irresponsabilçidade socioambiental continua inalterada.

Em 2012, a Vale foi a vencedora com 25.041 votos, ficando à frente da japonesa TEPCO, responsável acidente nuclear de Fukushima. Só nos quatro primeiros meses deste ano, a Vale foi alvo de protestos populares que bloquearam as operações da empresa em Açailandia e Buriticupu (Maranhão, Brasil), Cateme (Moçambique), Sudbury (Canadá), Morowali (Indonésia) e La Loma (Colômbia). Em Altamira, no Pará, onde a Vale é sócia do consórcio que constrói a hidrelétrica de Belo Monte, manifestantes ocuparam a barragem do rio Xingu para protestar.

Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale
Desde 2010, a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale vem compartilhando experiências e formulando estratégias de ação coletivas frente ao poder público e à própria empresa para enfrentar os problemas gerados pela mineradora. 
A rede é composta de movimentos sociais, organizações e centrais sindicais de diversos países, incluindo populações e comunidades atingidas e trabalhadores, e foi consolidada no I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, em 2010.

No mesmo ano, o grupo lançou o Dossiê dos Impactos e Violações da Vale no Mundo, com denúncias relacionadas a empreendimentos da empresa em oito países e seis estados brasileiros.

Fonte: assessoria de comunicação do Movimento Internacional dos Artingidos pela Vale, 18 de abril de 2012

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